Palestra magna do Fórum de Boas Práticas trouxe reflexões sobre os desafios da gestão pública
27/10/2016
Gleisson Cardoso Rubin falou das dificuldades encontradas e as ações para o futuro
“A gestão trará sempre essa responsabilidade de melhorar o País. Minha intenção é refletir sobre os desafios da gestão pública, mas com a esperança de que boa parte possa ser usada no setor privado”, iniciou sua apresentação, o secretário de gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Gleisson Cardoso Rubin.
Ao fazer uma reflexão autêntica e verdadeira sobre a situação econômica atual, Rubin garantiu não trazer apenas boas notícias e apresentou, em sua palestra no Fórum de Boas Práticas Internacional da FNQ, realizado dia 18 de outubro, em São Paulo, as medidas de gestão que o Ministério adotará para impulsionar o crescimento do País.
Intitulada “Gestão para a excelência: o caminho para um Brasil melhor”, o secretário falou em sua palestra sobre o desempenho do País no mais recente Relatório de Competitividade Global (RCG) e seus 12 pilares. “O Brasil tem bom desempenho na dimensão dos mercados internos e externos, que é o pilar 10. O próprio mercado interno já é formidável, com consumidores com acesso a bens de consumo e à internet. Nosso problema é que essa variável é anulada pelo mau desempenho em outros pilares, especialmente o pilar 1, instituições, e o pilar 12, inovação”, comentou. Para Rubin, essa combinação fez com que o Brasil caísse no ranking, de 75º para 81º.
Como o Brasil lida, também, com problemas básicos e que já deveriam ter sido solucionados, como acesso à água potável e combate à fome, o secretário listou três grandes desafios que a gestão pública possui. “Temos de melhorar a qualidade dos serviços públicos. Esse é o ponto um. As políticas públicas precisam alcançar seus objetivos e produzirem impactos reais.
Por último, é fundamental perseguir o aumento na eficiência do gasto”, explicou. Rubin falou, ainda, sobre o crescimento da dívida pública em relação ao PIB, que aumentou exponencialmente e precisa de medidas sérias para seu controle. “Teremos de tomar um remédio amargo agora para que não nos ocorra o mesmo que com a Grécia. Para isso, temos de contar com apoio para a agenda que estamos propondo. Em tempos bons, as organizações não dão muita importância aos modelos de gestão. Essa, portanto, é a hora”, completou.
Programa “Brasil 100% digital”
Com um índice de primeiro mundo em termos de acesso à tecnologia é à internet, o objetivo é utilizar a rede ao máximo. Isso, de acordo com Rubin, pode significar uma grande economia se utilizada de forma eficiente. Por isso, o governo lançará o programa “Brasil 100% digital”, uma Plataforma de Cidadania Digital para obter interoperabilidade de informações. A ideia é termos um único canal para solicitar os serviços que o cidadão necessita. Hoje, cada site do governo tem sua senha, isso é ruim. É preciso facilitar a transparência na informação. Nós queremos eliminar que a pessoa durma na fila apenas para agendar atendimento médico, por exemplo”, disse.
Outro desafio é assegurar a efetividade e eficácia das políticas públicas, tendo foco nos resultados da ação pública, fazendo avaliação e realinhamento de programas e tendo uma articulação interfederativa. Para isso, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, Gespública, possui papel imprescindível. “Tem de desburocratizar, ter menos foco no processo e mais, na chegada. Já temos controle dos meios. Nós temos de ter compromisso com o resultado final”, defendeu Rubin.
O secretário encerrou a apresentação demonstrando confiança no futuro, mas fez um alerta. “Vivemos, nos últimos três anos, a tempestade perfeita, com crises políticas, econômicas e sociais. Poucos sobrevivem a isso, mas nós sobrevivemos. Não foi a primeira vez e talvez não seja a última, mas somos resilientes. Porém, essas crises não terão servido se não pudermos extrair delas esses desafios e colocar novas estratégias em jogo”, finalizou.
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