04/10/2016 | Fórum Fecomércio-RS de Economia trata da reconstrução do cenário brasileiro e necessidade de reformas
Como será o Brasil pós-impeachment? Voltaremos a crescer como antes? As questões nortearam a sexta edição do Fórum Fecomércio-RS de Economia, realizado na tarde desta terça-feira (04), em Porto Alegre. O Fórum, uma iniciativa do Sistema Fecomércio-RS, reuniu economistas renomados, tributaristas, cientistas políticos e empresários para um evento de capacitação e reflexão sobre a conjuntura econômica atual e os desafios estruturais para o Brasil.
Na abertura do evento, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, deu o tom dos debates ao dizer que vivenciamos uma eleição municipal em que candidatos se apresentam sem partido, tamanha a descrença da população na classe política. “Entretanto, é a classe política que deverá promover grande parte das mudanças que precisamos para nos redirecionarmos ao futuro que queremos. Um futuro de um país mais eficiente e mais amigável à atividade empreendedora”, lembrou.
O primeiro painel tratou do tema "O que 2017 nos reserva?" e trouxe a doutora em economia e economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, e o doutor em economia Roberto Camps de Moraes, com a mediação da economista-chefe da Fecomércio-RS Patrícia Palermo. Zeina disse que 2016, no fim das contas, foi um ano positivo, pois a turbulência auxiliou o país a voltar a ter uma agenda econômica. "Temos um governo que está buscando arrumar a questão fiscal do Brasil e, se tiverem apoio da população, poderemos voltar a ter uma volta cíclica do crescimento, uma vez que você arruma as contas públicas e temos chance de diminuir os juros e voltarmos a captação de investimentos”, afirmou.
As reformas que o Brasil precisa foram defendidas pelos economistas, que mostraram impactos negativos de não se fazer as reformas, reflexos que vão desde a taxa de poupança não ser maior em razão da alta taxa de juros do país, causado pelos gastos com a previdência. Além disso, nosso sistema tributário complexo não atrai investimentos e não tornam o país competitivo. "Esses itens roubam potencialidade de crescimento do país", disse Zenia.
Para Moraes, as mudanças internacionais, como a criação do Brexit na Europa e outras citações separacionistas da Europa foram gestacionadas ainda no século passado. Já nos EUA, o processo das eleições americanas com candidatos com opiniões mais exóticas, tem como causa uma divisão do pais entre estados do interior do pais, pujantes e ricos, e que tiveram perdas. “Tudo isso ocorrendo gerou para todos os países um panorama atual de uma situação de incertezas”, pontuou.
A segunda parte do Fórum teve a palestra "O Brasil e seu labirinto: do esgotamento estrutural à crise nacional", com o mestre e doutor em Ciência Política, Carlos Melo, e com a mediação de perguntas do economista da Fecomércio-RS Lucas Schifino. Melo definiu que o país está em um labirinto. "O sistema polifico não acompanhou a sociedade. Nós estamos tentando reagir somente a partir de agora, pois tomamos consciência da nossa descontinuidade". Ele ainda citou que passamos pelo esgotamento do presidencialismo de colisão, do financiamento da política e da crise da liderança. Sobre Michel Temer, disse que o desafio é uma pauta inevitável e impopular. “Fazer as reformas necessárias e enfrentar os grupos de pressão. As reformas atingem interesses organizados”, definiu Melo.
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