Trio do Manhattan Connection faz previsões otimistas sobre o Brasil
Comunicadores participaram de bate-papo sobre o panorama político e econômico nacional e internacional na abertura da Expoagas 2016, nesta terça-feira, na Capital
Por: Alexandre Lucchese - 23/08/2016 - 17h52min | Atualizada em 24/08/2016 - 15h07min
Trio do Manhattan Connection faz previsões otimistas sobre o Brasil Fernando Gomes/Agencia RBS
Impeachment foi o tema central da conversa entre Diogo Mainardi (E), Lucas Mendes (C) e Caio Blinder
Foto: Fernando Gomes / Agencia RBS
Correção: diferentemente do informado entre 17h52min de 23/08/2016 e 15h04min de 24/08/2016, a abertura da Expoagas 2016 foi realizada no Teatro do Sesi, e não do Sesc. O texto foi corrigido.
O Teatro do Sesi lotou na manhã desta terça-feira para a abertura da Expoagas 2016, 35ª Convenção Gaúcha de Supermercados. No palco, a principal atração eram os comunicadores do programa Manhattan Connection (Globo News).
Diogo Mainardi, Caio Blinder e Lucas Mendes fizeram um bate-papo sobre o panorama político e econômico nacional e internacional. As previsões não poderiam ser mais otimistas. Usando os Jogos Olímpicos como metáfora, os jornalistas afirmaram acreditar em um futuro vitorioso para o país depois da saída de Dilma Rousseff da presidência.
— Temer já levou ouro, espero que Dilma leve chumbo e cana. O Brasil leva ouro também, ou pelo menos prata, porque o país inevitavelmente vai melhorar — disse Mainardi.
Para Mainardi, o Brasil antes do impeachment se encaminhava para uma moratória, o que afugentava os investimentos do Exterior:
— Precisamos mostrar ao mundo que não estamos à beira de uma moratória. Se mandarmos esse sinal para o fora do país, vai chover dinheiro aqui.
Âncora do programa — e mediador do bate-papo —, Mendes tentou apimentar o debate, sugerindo que o caminho para demonstrar solidez econômica ao Exterior não seria tão fácil de percorrer. O comunicador afirmou que "fora do Brasil, o impeachment não está sendo bem digerido", mas foi cortado pelo colega Blinder:
— O que se tem fora do país em uma imprensa mais responsável, ligada aos investidores estrangeiros que estão antenados no Brasil, como The Economist, Financial Times ou o The New York Times, é certo questionamento na maneira como foi tramado o afastamento da Dilma. Mas, ao mesmo tempo, a solidez institucional do Brasil é vista como saudável. Então, se o Brasil é reconhecido como uma plena democracia, como todo mundo reconhece, esse processo de impeachment está também dentro dos parâmetros. Por isso, o mundo influente lá fora aceitou o impeachment.
Mendes também lembrou que muitos intelectuais americanos e europeus discordam do legitimidade do impeachment, mas Blinder relativizou a opiniões desses pensadores:
— Meio acadêmico é um espaço em que você tem posições muito ideológicas. E esse pessoal acadêmico americano e europeu tem uma ligação muito forte com seus irmãos gêmeos do Brasil.
O time do Manhattan Connection ainda abordou as eleições americanas. Mendes relembrou que em agosto de 2015, em um dos programas, os comunicadores consideram que o candidato não duraria mais do que um mês na disputa.
— Nem o Trump acreditava que ia tão longe — atalhou Blinder. — O país dormiu. Criaram um monstrinho e ele foi avançando. É inusitado que alguém com um perfil dele tenha conseguido tanto espaço, mas a classe política já está se insurgindo e haverá resistência.
Nenhum dos três debatedores acredita na vitória do candidato republicano.
— Trump só avançou tanto porque não há uma alternativa ao Partido Democrata. Mas vai perder feio, será um desastre. Na verdade, não sei nem se ele chegará às eleições — apostou Mainardi.
FRASES
Diego Mainardi: 2017 será o melhor ano possível. Muita gente corrupta será presa, condenada. Procuradores e delegados de Brasília me disseram que a coisa vai explodir. Será um ano quente.
Caio Blinder: Ainda existe uma visão cautelosa dos investidores externos sobre o Brasil, mas vai entrar mais dinheiro estrangeiro nos próximos meses, principalmente na compra de ativos.
Lucas Mendes: Começamos a errar em agosto do ano passado, quando dissemos que Trump era uma farsa e não duraria nem um mês (...). Mas acredito que vai perder as eleições por uma margem bem maior do que seis ou sete pontos percentuais.
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