
Ferramentas para encontrar meu ponto de equilíbrio
Desenvolvimento
Pessoal Artigos Publicado em: 24 de outubro, 2018 | Atualizado em: 25 de
outubro, 2018 - João
Paulo Sattamini - João
Paulo é fundador da BrasilBev e participante do programa de aceleração Scale-Up
Endeavor Rio Grande do Sul.
O
crescimento da minha empresa sempre correu em paralelo com o meu.
A
BrasilBev nasceu em 2012, resultado de um MBA que fiz na Espanha e um desejo
genuíno de construir algo de positivo no mundo. Não tinha um sócio, então eu
fazia de tudo. Formulação do produto, desenvolvimento da fábrica, vendas. One-man
show. A partir daí, crescemos, contratamos mais pessoas, começamos a
internacionalizar. De 2017 para cá, começamos a viver um momento difícil. A
dificuldade financeira, resultado da crise no país, nos levou à falta de
estoque. Precisei demitir metade da equipe. Éramos em 10. Ficamos em apenas 5.
Desde
os 19 anos, faço cursos de desenvolvimento pessoal. Aprendi com os melhores: Tony
Robbins, Eduardo Shinyashiki e muitos outros que nos ensinam como controlar o
estado mental e evoluir continuamente. Porém, nos últimos dois anos, deixei
essas práticas de lado.
Em
março desse ano, me vi tomando antidepressivos. Eu precisava retomar meu estado
de equilíbrio. Em abril, viajei para Chicago para participar de três dias de
curso intensivo com Tony Robbins.
O
curso acontecia das 7 da manhã até a meia-noite. Ali eu me dei conta: eu já tinha
as ferramentas, já conhecia as práticas. O meu estado mental influencia a
empresa, e vice-versa. Então, era o meu papel retomar a rotina que me coloca no
estado certo.
E
ela começa no momento em que acordo.
Como
empreendedor, não posso levantar, tomar café e sair para trabalhar. A energia
que uso ao longo do dia é tão intensa que preciso me preparar para as reuniões,
as conversas, os conflitos, encontros e trocas.
Para
isso, uso algumas ferramentas como parte da minha rotina:
Meditação
de 10 minutos, de Tony Robbins, coach e palestrante motivacional
Ela é
feita em três fases, ainda na cama, ao acordar.
1) Exercício
de respiração (4 minutos)
São
três séries de 30 respirações bástricas, rápidas e cortadas. Para exercitar,
basta encher o pulmão e soltar o ar, ao mesmo tempo em que as mãos se
movimentam para cima e para baixo no ritmo da respiração.
2) Exercício
de gratidão (3 minutos)
Em
seguida, liste três coisas pelas quais você é grato como uma conquista, uma
viagem, um evento importante ou uma situação mais recente e cotidiana.
3) Exercício
de visualização (3 minutos)
No
primeiro minuto, você imagina uma luz cobrindo do alto da cabeça até os pés. Dos
pés, vem uma energia da terra que volta para essa fonte de luz. Esse é o
momento de desapego de toda culpa ou assunto mal resolvido que você tiver.
No
segundo minuto, essa mesma luz é direcionada para alguém que você ame, para sua
família, seu prédio, sua cidade, país e todo o planeta. Imagine um mundo entre
as duas palmas da sua mão e direcione essa energia para ele.
No último
minuto, visualize um objetivo que deseja ver concretizado. No meu caso, eu
imagino meus produtos sendo vendidos nos Estados Unidos, na gôndola do
supermercado.
Em
seguida, me dedico a uma outra técnica, conhecida como “Páginas Matinais”.
Morning
Pages, as páginas matinais de Julia Cameron autora do livro O Caminho do
Artista
Começo
meu dia com três páginas em branco. Esvazio minha mente colocando tudo no
papel, durante 20 minutos. O que quero para o dia, qual é meu foco, minha intenção,
minhas preocupações.
Ao
todo, gasto cerca de 30 minutos nessa rotina matinal. Para mim, essa é uma
preparação tão importante quanto o banho e o café da manhã. Não saio de casa
sem esse exercício. É como uma preparação mental para o dia que está por vir.
O
que nos leva ao burnout
Na
minha visão, o burnout é resultado de uma intoxicação que pode acontecer de 4
formas:
Pelo
ar
Pela
comida
Pela
bebida
Pelos
pensamentos
Além
do cuidado com alimentação e ingestão de refrigerante e álcool, temos a
oportunidade de criar uma dieta mental para desintoxicar os pensamentos e,
principalmente, cuidar da respiração. Uma das ferramentas que uso diariamente,
no caminho para o escritório, é o método Win Hof. Essa é uma sequência de
respirações que pode ser útil, principalmente, em momentos de stress.
Nossas
necessidades básicas
Cada
uma dessas práticas nos leva a uma transformação mais profunda, de foco, estado
mental e ressignificação do mundo e das situações. Nesse mesmo curso, Tony
Robbins apresenta as seis necessidades humanas básicas, compartilhadas por
todos nós.
Certeza/conforto
Incerteza/variedade
Significado/importância
Amor/conexão
Crescimento
Contribuição
A
ideia é você identificar quais são as necessidades que mais guiam a sua vida. Para
cada um, existem necessidades mais fortes que as outras. Porém, com a nossa
evolução, o amor e a contribuição passam a ser cada vez mais relevantes.
Uma
frase que gosto muito diz: the secret of living is giving [O segredo de viver é
dar]
Se o
empreendedor busca um estado de equilíbrio, mas não sai da própria bolha de
necessidades, naturalmente terá mais dificuldade de adquirir uma consciência
ampliada da vida. Mas, quando ele começa a se preocupar com os outros — com o
time, a família, os amigos — seu nível de consciência se amplia e, com ele também,
o seu equilíbrio.
Hoje,
seis meses depois, me sinto do outro lado do rio. O crescimento da BrasilBev
reflete o meu próprio crescimento. Alguns hábitos simples são um reflexo disso:
hoje, entro em uma reunião e ouço mais do que falo; parei de responsabilizar os
outros por algumas coisas e comecei a trazer essa responsabilidade para mim,
por exemplo.
Em
paralelo, trouxe para a BrasilBev um sócio com quem posso trocar e debater as
questões mais difíceis do negócio. Além disso, estamos participando, desde
junho, do Scale-Up Endeavor Rio Grande do Sul em um período de aceleração com
mentorias e resolução das principais dores de crescimento da empresa. E para
completar, nossa operação está migrando para São Paulo e nosso produto já é vendido
em outros 10 países.
Dessa
experiência, saio com uma ideia cada vez mais forte: a psicologia do líder
afeta os resultados da empresa. É por isso que toda mudança no negócio começa
por nós mesmos.
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