domingo, 7 de julho de 2019


Sobre legados e paixões.

Que sejamos todos surpreendidos por líderes assim, sem anestesia. Sim, definitivamente precisamos de líderes que, especialmente e até mesmo ingenuamente, acreditam no melhor das pessoas. E que lutam pelo o que acreditam, diária e obstinadamente, com a respiração suspensa sustentada por um brilho arrebatador no olhar.

Que sejam irresistivelmente inspiradores. Me encanta saber que existem idealistas que, mesmo em meio ao caos, acreditam no poder transformador de um projeto de valor.  Nem que seja em seu microcosmo, próprio e particular. Líderes assim engajam multidões, desenvolvem mindsets capazes de transformar, em um círculo virtuoso, real e efetivo.

Sim, precisamos ousar, liderar sem rede de proteção, mergulhando profundamente no que, e em quem acreditamos. É poético e precisamos de mais poesia neste mundo tão acelerado, mas lamentavelmente engarrafado em uma crise de propósitos. E, ao mesmo tempo, tão cheio de commodities e frases de impacto.

O mundo está cansado das frases de impacto, de discursos ensaiados, de superfícies reluzentes…. E como inspirar e engajar? Definitivamente, com ações e legados sólidos construindo diariamente, de forma autêntica o mundo onde podemos SER.

Legados que levam a coerência, a reversibilidade e a alma de quem os constrói. E, na construção destes legados, esquecer a tal rede de proteção, que limita e nos torna menos. Pequenos. E não basta apenas apoiar, mas sim nos entregarmos a um projeto de valor, tornando-o em um propósito de vida. E que tal canalizar toda esta energia para atuar em conjunto?

Precisamos de lideranças apaixonadas presentes em associações, entidades de classe e ocupando espaços de poder, com idealismo e paixão, aspirando e inspirando por transformar.
E também, com uma completa irresignação em aceitar o injusto que está posto. Em encarar os pré-conceitos embrutecidos em irresistíveis desafios.

E na cadência desta paixão arrebatadora que move, engaja e inspira outras lideranças com as quais nos identificamos, criamos uma aritmética de soma e multiplicação. Tudo com um senso de urgência apurado, realizando aqui e agora, sem procrastinações. Porque não temos tempo a desperdiçar e muito a transformar.

Leticia Batistela


MALAS, BAGAGENS E EXPECTATIVAS

Poucas situações são tão frustrantes quanto potenciais não realizados. Ser um avatar de um ideal inalcançável e covardemente projetado, por nós ou um terceiro, mas fruto de uma fantasia perfeitamente irreal. E, muitas vezes, imposto por nós ou por uma necessidade de pertencimento.

Então, miramos no topo, sem ouvir o que realmente reverbera em nossa essência, determinados a “chegar lá”. E lá é onde mesmo? Não importa, mas meu GPS configurado por aquela projeção pega uma via expressa. E esta configuração é cheia de detalhes, pois sonhei com este destino a vida toda. Sei cada detalhe de como vou me portar, como triunfarei e celebrarei quando chegar “lá”.

Mas esse “lá” salvo no destino daquele GPS, virou uma prisão, imposta por aqueles antigos critérios, enferrujando o livre arbítrio de cada um de nós.
Estabelecer metas é uma necessidade, mas estas metas precisam ser revistas a todo momento. De acordo com a nossa construção, nossa evolução, com o nosso “lá”.

Porque nos construímos a cada passo, a cada encruzilhada e esta é a maior beleza de tudo. Podemos mudar o rumo a cada momento. Poder escolher como nos construiremos e por que não, nos transformaremos. À cada passo dado, reavaliar o caminho, a velocidade e os parceiros das rotas. Porque você só cria a SUA estrada caminhando nela.

Sempre mirando alto, mas buscando a “sua” melhor versão. Este é o ponto principal, o eixo das escolhas. A angulação deve ser o meu melhor e não a comparação com outros.

Em especial, com o tal exército invisível que modula tudo e é representado pelo o que os “outros acham ou julgam”, pelo socialmente aceito e aplaudido. Aplausos externos. Pois cada um tem o SEU potencial, não existe um potencial padrão.

Desenvolver o seu potencial, sem a obrigação de atender as projeções alheias, ou até as suas próprias, é mais leve e traz resultados efetivos. Larga aquela mala pesada, grande e estourada, onde nem a alça sobreviveu e que está abarrotada de expectativas distorcidas, muitas delas alheias. Pega uma mochila vazia e começa a recheá-la com sonhos e metas reais. Segue tua intuição. Vai ganhar velocidade, pode acreditar.

Leticia Batistela

sexta-feira, 5 de julho de 2019



Você será capaz de sacudir o mundo!

Pessoas Artigos Publicado em: 07 de fevereiro, 2019
Cristiano Brega –

Há tempos eu queria escrever esse texto. Mas foi na nossa última festa de fim de ano da Confiance Medical que me inspirei para tirá-lo da cabeça e colocá-lo no papel.

Sou adepto da ideia de que as conquistas precisam ser comemoradas. Por isso, fizemos a nossa festa de fim de ano em grande estilo — com direito a chopp artesanal e tudo — convidando todo o time e também, depois de três anos, os familiares dos Confiantes — esse é o nome de quem trabalha na Confiance Medical.

A verdade é que eu não tinha me dado conta de como a empresa cresceu. A ficha caiu quando cheguei e vi aquele tanto de gente presente: cerca de 130 pessoas reunidas, com mais de 20 crianças espalhadas pela festa. Além do Rio e de São Paulo, tinham pessoas também do interior e do Nordeste, deixando o time cada vez maior. Eu estava com a minha filha e confesso que fiquei com uma sensação mista de emoção e medo.

Emoção por conseguir impactar positivamente tanta gente e medo por saber que as decisões estratégicas da empresa têm um alcance muito grande. Percebi ali, no começo da festa, que seria difícil falar sem me emocionar, principalmente porque minha filha Luisa estava ao meu lado. E não deu outra. As palavras travaram na garganta, o coração acelerou de estar ali na frente e me emocionei ao agradecer a todos pelo que realizamos juntos até ali.

O ano de 2018, em especial dezembro, marcou de forma significativa a nossa história.

Nós conseguimos crescer em termos de faturamento, mesmo em meio à crise brasileira, tenho orgulho de dizer que nossos clientes estão cada vez mais satisfeitos com nosso serviço — nosso NPS chegou em 69, maior do que muitas empresas globais que tanto admiramos — e ainda lançamos a Câmera e o monitor 4k, inovações que nos deixaram ainda mais comparáveis aos maiores players mundiais do mercado de videocirurgia. Para acelerar esse crescimento, recebemos a segunda rodada de investimento do Criatec. E como reflexo desse trabalho, fomos reconhecidos como uma das melhores empresas para se trabalhar, segundo o Great Places to Work, e entre as que mais crescem no Brasil, segundo a Deloitte.

Muita notícia boa para comemorar naquele dia!

Quando meu amigo e conselheiro Mattão chegou aquele dia, a surpresa foi imediata: “Caramba, o negócio cresceu, hein?”. Ele acompanha a Confiance Medical antes dela sequer existir. O Mattão foi uma das primeiras pessoas para quem o Guarany e eu mostramos o plano de negócios da Confiance, antes de abrirmos a empresa. Hoje ele é parte do nosso Conselho, acompanhando os resultados e o crescimento. Mas nada é mais impactante do que ver as pessoas que fazem o negócio acontecer no dia a dia, ali reunidas celebrando.

Naquele momento, lembrei de uma conversa que tive com um embaixador da Endeavor há um tempo. O pai dele, um empreendedor norueguês, veio para o Brasil, enfrentou uma série de dificuldades, mas construiu um grande legado. E para materializar esse legado, ele comentou “Meu pai gerou 130 mil empregos”. Esse número me marcou. Ele poderia ter falado do faturamento, dos bens que conquistou, mas o verdadeiro impacto estava nas pessoas que fizeram parte do negócio. 100 mil empregos não é para qualquer um. Fico imaginando a festa de fim de ano Confiance Medical se tivéssemos 130 mil Confiantes…seria um Carnaval!

Isso tudo só reforça o que eu sempre falo e pouca gente acredita: Não faça por dinheiro, faça algo que você gosta e por um propósito. Não conseguimos chegar longe (ainda mais com tantas dificuldades que o Brasil cria) se o pensamento for só em relação ao dinheiro.

No livro Capitalismo Consciente, gosto de um parágrafo que diz o seguinte:

“O mito de que a maximização dos lucros é o único objetivo da empresa manchou a reputação do capitalismo e da legitimidade dos negócios. Precisamos recontar essa narrativa e restaurá-la a sua verdadeira essência: a de que o propósito da empresa é melhorar a nossa vida gerando valor para as partes interessadas”.

Uma vez eu ouvi uma frase que falava o seguinte: “Se quiser ser feliz não se case, mas se quiser fazer o outro feliz, case”. Hoje tenho certeza de que essa frase também serve para os empreendedores: “Se quiser ser feliz, não empreenda, mas se quiser fazer muita gente feliz, abra uma empresa, tenha um propósito e envolva as pessoas no seu sonho.”. E esse é um trabalho diário, de segunda a sexta durante o ano todo. Na nossa festa, celebramos o que conquistamos no ano, mas tudo só foi possível porque aquele mesmo clima estava presente de segunda a sexta, na Confiance.

Empreender é difícil demais, lidar com gente, enfrentar o risco absurdo, lutar contra as estatísticas… isso tudo traz preocupação e alguns momentos tristeza, mas quando você vê as pessoas felizes, amizades construídas, sonhos realizados, famílias unidas em volta do sonho que um dia foi só seu e dos seus sócios, você tem a felicidade plena. Nesse instante, todo o sacrifício passa a valer a pena.

Trabalhar com a área médica nos faz ter ainda mais clareza do nosso impacto. Meu amigo e mentor Anderson Thees costuma me dizer: “você tem um negócio mágico porque quanto mais você for produtivo e eficiente, mais valor vai gerar para a empresa e mais benefícios vai trazer para a sociedade. Nem todos os negócios tem esse poder.”.

A Confiance Medical era fabricante de equipamentos de videolaparoscopia até o Bruno, o Fernando, o Guarany e eu nos tornarmos Empreendedores Endeavor. Depois dessa seleção, a Endeavor nos mostrou o poder que um propósito pode ter. Hoje eu não digo que fabricamos equipamentos de videolaparoscopia, eu digo que trabalhamos para acabar com a cicatriz da cirurgia aberta. Esse é o nosso sonho grande e isso é muito mais forte e motivador do que ser apenas um fabricante de equipamentos médicos.

Para mensurar o impacto positivo que deixamos, criamos o cicatrizômetro, que mede o tamanho da cicatriz da cirurgia aberta que os nossos equipamentos já evitaram, e hoje já evitamos 152 km e temos a desafiante meta de evitar 437 km até 2022. Essa é a distância entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje, pensando na Dutra, estamos em Resende.

Se você entrar no nosso site conseguirá acompanhar aonde estamos atualmente e a atualização do nosso cicatrizômetro com o passar do tempo.

Este é o quarto artigo que escrevo para a Endeavor e eu não podia deixar de relacionar à minha filha Luisa. Para aqueles que não sabem, o significado de Luisa é “lutadora”. Eu sempre achei Luisa um nome lindo, ainda mais porque sou super fã do Luiz Gonzaga, mas o que mais me atraiu no nome foi o seu significado. Sem luta não se chega a lugar nenhum. Se a Luisa quiser empreender, eu não tenho dúvidas de que, independente do empreendimento, sem resiliência, ela não vai muito longe.

Quando ela era recém-nascida, eu cantava a Música Tente Outra Vez do Rauzito para ela dormir, e sempre rolava uma emoção maior na parte que falava “basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez”. Voltando para a nossa festa de fim de ano, quando vi aquela galera toda olhei para a Luisa e pensei “pequena, estou de alguma forma sacudindo o mundo e vou te ensinar, que apesar de todas as dificuldades vale a pena”.

O legal é que com apenas 4 anos ela já sabe que eu trabalho por um propósito. Quando alguém pergunta o que o seu pai faz, ela responde: “ele é empreendedor e acaba com a cicatriz.”

Ela começou entender o meu propósito ano passado quanto tive que fazer uma cirurgia para a retirada de um cálculo renal, a famosa pedra nos rins. Conversei com o meu médico, Dr. Juan Renteria, e ele indicou fazer no Copastar, um dos melhores hospitais do Rio. Eu aceitei, mas com uma condição: operar com os equipamentos de videocirurgia da Confiance Medical — que eu mesmo levaria no dia. Ele aceitou e marcamos a cirurgia.

Minha sogra, Dona Graças, veio de Minas para ficar com a Luisa, enquanto a minha esposa me acompanhava no Hospital. Em uma conversa com a Luisa, ela perguntou, cadê o seu Pai e ela respondeu: “Foi fazer uma cerurgia (com e mesmo), ele está com umas pedrinhas na barriga e o médico vai abrir a barriga dele para tirar tudo.”

Acredito que o “abrir a barriga” seja influência da História da Chapeuzinho Vermelho, que na versão antiga, que eu contei para ela, fala sobre o caçador que abriu a barriga do lobo para retirar a Vovozinha.

Na verdade, ela não estava completamente errada, porque se não fossem os equipamentos de vídeo, o médico realmente iria abrir a minha barriga. Quando cheguei em casa, no dia seguinte, a primeira coisa que ela fez foi levantar a minha camisa e perguntar: “ele não abriu a sua barriga?”, com muita emoção eu falei: “Não, filha, ele usou os equipamentos que Papai fabrica”. Ali eu senti na pele, literalmente, o benefício que o meu sonho grande traz para a sociedade e no fim é isso que me motiva.

Se você é empreendedor e faz por um propósito, não ligue para aqueles que dizem ser loucura não trabalhar por dinheiro, eles não sabem o que falam e dificilmente vão nos entender.

Espero que em 2019 e também nos próximos anos, muitos brasileiros busquem o seu sonho porque só assim vamos conseguir sacudir o nosso mundo, e é através do empreendedorismo que vamos conseguir mudar o destino do nosso país.

Seja sincero, deseje profundamente e envolva pessoas que tenham o mesmo pensamento. Você também será capaz de sacudir o mundo e se não der certo na primeira vez: Tente outra vez.


“Equilíbrio não é dividir a agenda em partes iguais”

Desenvolvimento Pessoal Artigos Publicado em: 24 de outubro, 2018 | Atualizado em: 07 de janeiro, 2019 -Caio Bonatto - Caio é Empreendedor Endeavor e cofundador da Tecverde.

Em 2015, a Tecverde crescia em um ritmo acelerado, contratando muita gente e conquistando bons clientes. Mas faltava encontrarmos um ponto de equilíbrio.

Ele era alto, de feição tranquila, calça jeans e camisa xadrez com um bolso na frente. Dentro do bolso havia uma caneta e aparentemente um maço de cigarros. Carregava em uma das mãos uma mochila já meio surrada e na outra um celular. Entrou em nossa sala de treinamento e ficou em silêncio até que todos se acalmassem.

Então se apresentou:

— Meu nome é Anderson e vou ministrar o curso de inteligência positiva.

Este sujeito foi contratado pela Tecverde como parte do programa de implantação de meditação na empresa, o qual chamamos de Inteligência Positiva. Pra quem não conhece, vale fazer uma introdução.

A Tecverde é uma empresa de tecnologia para construção civil. Apesar de nos considerarmos super jovens, modernos, abertos, continuamos sendo engenheiros. Obviamente não passava pela cabeça de ninguém parar no meio da manhã para ficar de olhos fechados e achar que isso nos ajudaria de alguma forma. E como bons engenheiros, levantamos suspeitas já com o título do programa: Programa de Inteligência Positiva…

“Que porra é essa!? Lá vem algum maluco da diretoria, que deve ter usado algum tóxico pesado enquanto viajava por algum país budista, querer meter essa merda na nossa cabeça. Tô cheio de problemas pra resolver e agora mais essa palhaçada…” – Pensava o grupo.

Antes de eu explicar no que consiste o programa de inteligência positiva e de contar o fim desta história, se é que ela tem um fim, deixa eu fazer um parênteses e explicar como ela começou de verdade.

Na vida de um empreendedor é difícil achar um ano mais fácil que o outro. Seja na busca por mais sucesso ou no enfrentamento da crise, estamos sempre nos desafiando e nos levando ao limite.

Queremos mais, queremos o melhor, não queremos desapontar quem está conosco, não queremos fracassar

Queremos ser melhor que o concorrente, melhor do que nós mesmos, queremos evoluir. Outras vezes nós simplesmente estamos dispostos a tudo para manter a casa de pé. Não podemos ser fracos, não podemos deixar que enxerguem nossas fraquezas, não podemos deixar que anos de trabalho sejam levados por água abaixo. Fora isso alguns ainda acumulam outros desafios pessoais: conjugais, de saúde, financeiros, psicológicos. Somos uma máquina treinada a não parar. E engraçado que, às vezes, parece que isso é o mais importante: não parar. As coisas dando certo ou errado.

Para mim, parecia que a vida tinha um fim. Só lá estaria satisfeito. E por muitos anos enxergava que uma vida feliz significava chegar em lugares cada vez mais distantes.

Hoje vejo que essa perspectiva não era só minha. Muitos empreendedores que conheço pensam assim. Nós vivemos um estado extremo de ansiedade, nos preocupando muito com o fim e curtindo pouco a jornada.

Aos poucos, eu percebia que tinha alguma coisa errada, mas foi um processo longo de descoberta. Foi uma combinação de situações, conversas e reflexões que me trouxeram até aqui.

O ápice dessa crise veio há três anos. O stress chegou em um nível tão alarmante que meu corpo travou. u tinha passado os últimos seis anos dando atenção à todo mundo, sendo parte de uma máquina de fazer, entregar, construir…E deixei de fazer a gestão de mim mesmo.

As coisas não estavam certas. Mas demorou um tempo para eu entender o que precisava fazer para transformar aquela rotina.

Certo dia, esperando meu voo em um aeroporto nos EUA, parei em uma livraria. Folheei alguns livros, passei pelas bancadas de best-sellers e encontrei um de capa amarela, chamado Positive Intelligence [Inteligência Positiva, em português]. Ele esclareceu, para mim, o que precisava ser mudado.

Naquela época, o mindfulness começava a se espalhar no Brasil. Mas meditação ainda parecia, para muita gente, coisa de bicho grilo.

O que mais gostei na abordagem de Shirzad Chamine é sua visão da meditação por uma perspectiva científica. Segundo a sua teoria, nós lidamos com sabotadores na nossa mente que impedem a manifestação completa de nossos talentos e habilidades. Sua mente pode te ajudar a superar os desafios sendo sua amiga ou te sabotar com pensamentos de insegurança, crítica, julgamento ou hipervigilância, por exemplo.

Como compensação ao seu estado de ansiedade, você pode se dedicar mais e mais ao trabalho, sem necessariamente ser mais produtivo, ou procrastinar uma decisão difícil, para evitar o conflito.

Ao liderar uma scale-up, em que o ritmo de trabalho é muito intenso, as chances desses sabotadores agirem são ainda maiores. O nível alto de ansiedade nos leva ao stress, frustração, competitividade e, como consequência, ao desequilíbrio.

Em momentos extremos, os sabotadores falam mais alto. O autoconhecimento te ajuda a entender isso

Meu insight lendo sobre essa teoria foi exatamente esse: preciso exercitar minha mente, como um músculo, para mudar minha forma de pensar. Sempre me achei um cara feliz, mas precisava parar de buscar a felicidade no fim e sim inseri-la durante a jornada. E isso começaria com uma disciplina diária para entender minha mente.

Com a ferramenta do livro, descobri quais eram meus principais sabotadores. Hoje, quando me sinto estressado, percebo que quero controlar ainda mais as coisas. Preciso delegar mais. Essa consciência dos meus processos internos me ajuda a retomar o estado de equilíbrio, o que é fundamental para me tornar, a cada dia, o líder que a Tecverde precisa para chegar ao próximo patamar.

Além disso, o estado de presença proporcionado pela meditação faz nossos dias correrem em uma nova velocidade. Continuamos liderando uma empresa de alto crescimento, mas dando um novo significado à passagem do tempo.

A meditação é uma forma de musculação para estimular o lado positivo do seu cérebro.

Nesse sentido, uma rotina diária de meditação nos ajuda a exercitar o lado criativo, otimista e curioso da mente, nos guiando para a solução, compaixão e colaboração.

Tem um ditado que diz: se você não tem tempo para meditar 10 minutos por dia, você deveria meditar por 1 hora

Essa é uma prática fundamental para mim, especialmente nos momentos de crise. Parece fácil falar ao empreendedor que ele precisa cuidar mais de si, quando todos os problemas da empresa estão nas suas mãos. Mas é justamente nesse momento de desafio que ele precisa estar bem. E isso exige uma disciplina violenta.

Ninguém aprende a meditar no primeiro dia. Assim como ninguém fica musculoso na primeira semana de academia. O processo precisa se transformar em um hábito para que os próprios circuitos do seu cérebro formem novas sinapses voltadas para o lado positivo.

Eu vejo empreendedores que hoje já são muito bons, liderando grandes empresas, mas que poderiam ser ainda melhores com uma vida mais equilibrada. O estado de bem-estar nos leva à maior produtividade, capacidade de resolução de problemas – e o mais importante – à felicidade.

A descoberta individual se transformou em programa de desenvolvimento do time. Agora continuando a história do Anderson…

Naquele mesmo ano em que descobri a meditação e a inteligência positiva, compartilhei essa metodologia com meus sócios. Nas nossas conversas, pensamos em expandir esses aprendizados para o time.

Foi assim que nos colocamos o seguinte desafio: Será que conseguiríamos gerir a felicidade dos nossos colaboradores?

Nós sabemos que felicidade não é resultado de uma circunstância, mas sim um estado interno de serenidade. Se conseguíssemos ajudar as pessoas a alcançarem essa plenitude, por consequência, elas seriam mais produtivas, colaborativas e orientadas à solução. 

No ano seguinte, nós contratamos o Anderson, que aplicou o teste de Shirzad Chamine em todo o time da Tecverde, identificando os sabotadores de cada um e o Quociente de Positividade, uma métrica que indica o quanto a mente tem facilidade em estimular seu lado positivo.

Um parênteses aqui: Anderson foi minuciosamente vestido por nós como engenheiro raiz e não como um guru. Não queríamos colocar a meditação como algo esotérico, religioso ou espiritual. Queríamos dar o máximo de objetividade ao tema, numa abordagem quase fisiológica… quase como convencer uma pessoa a escovar os dentes 40 anos atrás.

Nesse período, fizemos também um treinamento que se transformaram no programa de Meditação para Engenheiros da Tecverde. A evolução desse projeto nos levou a conectar o nível de felicidade das pessoas com a performance de cada um, desenhando um modelo de gestão voltado ao comportamento e ao estado mental e não somente às entregas individuais.

Nesse processo de transformação, passei também a enxergar o equilíbrio de outra maneira.

Hoje, vejo que o equilíbrio não está contido em um plano cartesiano, no qual podemos dividir nossas horas em partes iguais. Não significa dedicar 8 horas ao negócio, 8 ao lazer e à família e o restante para dormir.

Equilíbrio é o exercício de extrairmos a felicidade de cada hora do nosso dia

Posso gastar 20 minutos em uma refeição curta e extrair o máximo desse momento, percebendo a textura e o sabor, sendo grato por ter saúde e me alimentar. É assim que desenvolvemos uma visão apreciativa. E, quando você se dá conta, está meditando enquanto come.

Com essa visão de equilíbrio, o empreendedor pode gastar 14 horas do dia com seu negócio, mas estando presente mental e emocionalmente nessas 14 horas. Para que o tempo flua com algo que te faça feliz.

Assim, continuamos a trajetória exponencial que leva nossas empresas a serem cada dia mais relevantes para o mundo, sem que a ansiedade e o stress cresçam na mesma velocidade.



Ferramentas para encontrar meu ponto de equilíbrio

Desenvolvimento Pessoal Artigos Publicado em: 24 de outubro, 2018 | Atualizado em: 25 de outubro, 2018 - João Paulo Sattamini - João Paulo é fundador da BrasilBev e participante do programa de aceleração Scale-Up Endeavor Rio Grande do Sul.

O crescimento da minha empresa sempre correu em paralelo com o meu.

A BrasilBev nasceu em 2012, resultado de um MBA que fiz na Espanha e um desejo genuíno de construir algo de positivo no mundo. Não tinha um sócio, então eu fazia de tudo. Formulação do produto, desenvolvimento da fábrica, vendas. One-man show. A partir daí, crescemos, contratamos mais pessoas, começamos a internacionalizar. De 2017 para cá, começamos a viver um momento difícil. A dificuldade financeira, resultado da crise no país, nos levou à falta de estoque. Precisei demitir metade da equipe. Éramos em 10. Ficamos  em apenas 5.

Desde os 19 anos, faço cursos de desenvolvimento pessoal. Aprendi com os melhores: Tony Robbins, Eduardo Shinyashiki e muitos outros que nos ensinam como controlar o estado mental e evoluir continuamente. Porém, nos últimos dois anos, deixei essas práticas de lado.

Em março desse ano, me vi tomando antidepressivos. Eu precisava retomar meu estado de equilíbrio. Em abril, viajei para Chicago para participar de três dias de curso intensivo com  Tony Robbins.

O curso acontecia das 7 da manhã até a meia-noite. Ali eu me dei conta: eu já tinha as ferramentas, já conhecia as práticas. O meu estado mental influencia a empresa, e vice-versa. Então, era o meu papel retomar a rotina que me coloca no estado certo.

E ela começa no momento em que acordo.

Como empreendedor, não posso levantar, tomar café e sair para trabalhar. A energia que uso ao longo do dia é tão intensa que preciso me preparar para as reuniões, as conversas, os conflitos, encontros e trocas.

Para isso, uso algumas ferramentas como parte da minha rotina:

Meditação de 10 minutos, de Tony Robbins, coach e palestrante motivacional

Ela é feita em três fases, ainda na cama, ao acordar.

1) Exercício de respiração (4 minutos)

São três séries de 30 respirações bástricas, rápidas e cortadas. Para exercitar, basta encher o pulmão e soltar o ar, ao mesmo tempo em que as mãos se movimentam para cima e para baixo no ritmo da respiração.

2) Exercício de gratidão (3 minutos)

Em seguida, liste três coisas pelas quais você é grato como uma conquista, uma viagem, um evento importante ou uma situação mais recente e cotidiana.

3) Exercício de visualização (3 minutos)

No primeiro minuto, você imagina uma luz cobrindo do alto da cabeça até os pés. Dos pés, vem uma energia da terra que volta para essa fonte de luz. Esse é o momento de desapego de toda culpa ou assunto mal resolvido que você tiver.

No segundo minuto, essa mesma luz é direcionada para alguém que você ame, para sua família, seu prédio, sua cidade, país e todo o planeta. Imagine um mundo entre as duas palmas da sua mão e direcione essa energia para ele.

No último minuto, visualize um objetivo que deseja ver concretizado. No meu caso, eu imagino meus produtos sendo vendidos nos Estados Unidos, na gôndola do supermercado.

Em seguida, me dedico a uma outra técnica, conhecida como “Páginas Matinais”.

Morning Pages, as páginas matinais de Julia Cameron autora do livro O Caminho do Artista
Começo meu dia com três páginas em branco. Esvazio minha mente colocando tudo no papel, durante 20 minutos. O que quero para o dia, qual é meu foco, minha intenção, minhas preocupações.

Ao todo, gasto cerca de 30 minutos nessa rotina matinal. Para mim, essa é uma preparação tão importante quanto o banho e o café da manhã. Não saio de casa sem esse exercício. É como uma preparação mental para o dia que está por vir.

O que nos leva ao burnout

Na minha visão, o burnout é resultado de uma intoxicação que pode acontecer de 4 formas:

Pelo ar
Pela comida
Pela bebida
Pelos pensamentos
Além do cuidado com alimentação e ingestão de refrigerante e álcool, temos a oportunidade de criar uma dieta mental para desintoxicar os pensamentos e, principalmente, cuidar da respiração. Uma das ferramentas que uso diariamente, no caminho para o escritório, é o método Win Hof. Essa é uma sequência de respirações que pode ser útil, principalmente, em momentos de stress.

Nossas necessidades básicas

Cada uma dessas práticas nos leva a uma transformação mais profunda, de foco, estado mental e ressignificação do mundo e das situações. Nesse mesmo curso, Tony Robbins apresenta as seis necessidades humanas básicas, compartilhadas por todos nós.

Certeza/conforto
Incerteza/variedade
Significado/importância
Amor/conexão
Crescimento
Contribuição

A ideia é você identificar quais são as necessidades que mais guiam a sua vida. Para cada um, existem necessidades mais fortes que as outras. Porém, com a nossa evolução, o amor e a contribuição passam a ser cada vez mais relevantes.
  
Uma frase que gosto muito diz: the secret of living is giving [O segredo de viver é dar]

Se o empreendedor busca um estado de equilíbrio, mas não sai da própria bolha de necessidades, naturalmente terá mais dificuldade de adquirir uma consciência ampliada da vida. Mas, quando ele começa a se preocupar com os outros — com o time, a família, os amigos — seu nível de consciência se amplia e, com ele também, o seu equilíbrio.

Hoje, seis meses depois, me sinto do outro lado do rio. O crescimento da BrasilBev reflete o meu próprio crescimento. Alguns hábitos simples são um reflexo disso: hoje, entro em uma reunião e ouço mais do que falo; parei de responsabilizar os outros por algumas coisas e comecei a trazer essa responsabilidade para mim, por exemplo.

Em paralelo, trouxe para a BrasilBev um sócio com quem posso trocar e debater as questões mais difíceis do negócio. Além disso, estamos participando, desde junho, do Scale-Up Endeavor Rio Grande do Sul em um período de aceleração com mentorias e resolução das principais dores de crescimento da empresa. E para completar, nossa operação está migrando para São Paulo e nosso produto já é vendido em outros 10 países.

Dessa experiência, saio com uma ideia cada vez mais forte: a psicologia do líder afeta os resultados da empresa. É por isso que toda mudança no negócio começa por nós mesmos.



quinta-feira, 4 de julho de 2019

MEG Saúde: novo instrumento chega para diagnosticar a gestão do setor

02/07/2019

Baixe, gratuitamente, uma “degustação” da publicação

A Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), em parceria com o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e o Grupo Giovanoni, tem a honra de lançar, oficialmente, o MEG Saúde, um modelo de diagnóstico da gestão que soma os Fundamentos da Excelência da FNQ às peculiaridades do setor de saúde.
Com base no mundialmente reconhecido Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), da FNQ, foi desenvolvido o Instrumento de Avaliação da Maturidade da Gestão para Organizações de Saúde, com customização dos termos do MEG para a área da saúde; utilização de exemplos específicos do setor, facilitando o entendimento para as organizações; correlação com outras metodologias de acreditação/certificação, entre outras.
O objetivo é promover e disseminar a cultura da gestão para excelência e a transformação nos serviços de saúde do Brasil.
Como surgiu
A ideia de se criar o MEG Saúde surgiu de uma convergência de propostas. Assim, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas procurou a FNQ com a proposição de traduzir a linguagem do MEG dentro do Instituto, gerando uma publicação interna. Por sua vez, o Grupo Giovanoni apresentou, junto à Fundação, a proposta de traduzir o MEG para a linguagem do setor de saúde.

Com isso, a FNQ, entendendo as necessidades específicas de suas partes interessadas, em especial a sociedade brasileira, em relação às peculiaridades do setor da saúde, teve a iniciativa de criar este instrumento.
Público-alvo
MEG Saúde é voltado para toda unidade que presta assistência à saúde e/ou apoio diagnóstico, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estruturas administrativas próprias e autônomas, com ou sem finalidade de lucro, de porte pequeno, médio ou grande. Contempla hospitais, clínicas de atendimento geral ou especializadas, laboratórios, consultórios médicos e dentários, prontos-socorros, home care, entre outros. Contudo, não inclui operadoras de serviço, apenas as suas unidades assistenciais.

Benefícios
Ao implementar o MEG Saúde, a organização estrutura seu modelo de gestão, considerando os processos gerenciais, de classe mundial, destacados no MEG e a integração dos diversos modelos aplicados na empresa para o alcance de resultados mais competitivos e sustentáveis. Além disso, podemos destacar: a aplicação dos Fundamentos da Excelência do MEG; a visão sistêmica da organização com foco em resultados; e a identificação de pontos fortes e oportunidades de melhoria da gestão.

Como exemplos de benefícios específicos para a assistência, podemos mencionar: estruturação da identificação, tratamento e minimização de riscos (sanitários, de segurança, empresariais); estruturação de processos relacionados à Responsabilidade Socioambiental, envolvidos no setor, tais como o controle correto do uso de antibióticos e o descarte adequado dos resíduos hospitalares; preparação da unidade de saúde para situações de imprevistos no cenário de saúde; melhoria dos processos assistenciais, considerando a utilização de protocolos, discussão de casos, tomada de decisão com base em evidências clínicas, controle estatístico de processos, comparação do desempenho das equipes, entre outros.
Isenção e transparência
Todo trabalho de elaboração do MEG Saúde teve início em setembro de 2017, com a formação de um Núcleo de Estudo Técnico, coordenado pela FNQ.

O Núcleo dividiu-se em grupos para estudar as metodologias de acreditação e certificação específicas para o setor saúde, de forma a avaliar as correlações existentes com o MEG.
Com base nesse estudo, foram iniciadas as proposições de adequações de linguagem para o Instrumento de Avaliação, explicitando termos, expressões e exemplos específicos, para possibilitar um melhor entendimento dos conceitos do MEG. Foram feitas, também, algumas reuniões para consolidação desse material e a realização de avaliações-piloto para teste do Instrumento de Avaliação.
“O MEG Saúde é um instrumento isento, que cobre o que é exigido pelas acreditações hoje existentes, sem ter a pretensão de substituí-las. Constitui-se, sim, em um rico e detalhado material a ser utilizado para estruturar a gestão da área da saúde, garantindo segurança e qualidade e contribuindo para a certificação”, afirma o presidente executivo da FNQ, Jairo Martins. “O nosso objetivo é propor ações concretas para setores críticos da sociedade brasileira, como a saúde, por exemplo”, finaliza.
A expectativa é promover um modelo de gestão que garanta a profissionalização da gestão e um melhor uso dos recursos para maximizar o valor gerado para a sociedade.
Degustação
Para que a sua organização, ligada ao setor de saúde, possa conhecer um pouco mais do nosso Instrumento de Avaliação da Maturidade da Gestão para Organizações de Saúde, a FNQ liberou uma “degustação” da nossa publicação digital. Basta clicar no link abaixo.

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Importante ressaltar que, para uma melhor avaliação da sua organização, recomendamos que sua equipe realize a capacitação no Instrumento de Avaliação do MEG Saúde. Para isso, entre em contato conosco pelo e-mail relacionamento@fnq.org.br.